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A discussão sobre o que as redes sociais têm conseguido com o passar dos anos é ampla e um dos papéis que ela tem assumido é a possibilidade de debates políticos em seus diferentes meios, algo que acontece muito através do youtube, facebook, twitter, e outros grandes meios. Por isso, devido ao grande alcance dos smartphones, tablets, celulares e dispositivos similares nessa última década, surge uma nova modalidade de fazer o jornalismo, que é o jornalismo móvel.

“O jornalismo móvel é uma modalidade de prática e de consumo de notícias através de tecnologias móveis… o jornalismo móvel é compreendido como informação transportada para os jornais e revistas, meios eletrônicos como rádios e TV”

Firmino, F. Jornalismo Móvel. Edufba, 2016.

Disponível em: Jornalismo Móvel

Com uma nova configuração do cenário jornalístico - devido ao uso de tecnologias móveis e sem fio no século XXI (Firmino, 2006) e as novas dinâmicas de trabalho - o jornalismo móvel surge como uma forma de produzir a informação através de tecnologias móveis, como por exemplo os smartphones. Essa prática se transformou com a popularização sobretudo dos smartphones e a expansão das tecnologias 3G/4G o que possibilitou a difusão das informações de maneira rápida, chegando a ser em tempo real. Com isso, novas dinâmicas foram agregadas as rotinas dos jornalistas, modificando o processo de produção de informações, inclusive sua apuração. Essa nova forma de fazer jornalismo possibilita novas formas de interagir com o público e de levar informações, através de transmissões ao vivo no Facebook ou Instagram, notícias compartilhadas por hashtags no trending topics pelo Twitter ou até mesmo em grupos de WhatsApp. Hoje, cada vez mais ativistas, jornalistas e os chamados repórteres cidadãos utilizam das tecnologias móveis para produção de notícias modificando o modo de fazer jornalismo.



Pensando a partir da cultura da mobilidade, nos permite analisar os vários usos e técnicas que giram em torno desse meio. Um dos estudos de caso é a partição ao vivo por meio de comentários e vídeos durante os intervalos nas transmissões dos jogos realizados pela Rede Globo, onde o torcedor além de interagir através dos canais de comunicação dando sua opinião do jogo e previsões de placar, também é possível mandar vídeos assistindo o jogo com os amigos, ou até comemorando placar, tornando parte integrante do que consome.

Outro exemplo de estudo são os repórteres juntamente com os espectadores utilizando dos smartphones para veiculação de notícias. Esse caso aconteceu em Recife por meio do TV Jornal criaram o projeto “Notícia celular” que contou com uma equipe de 16 profissionais entre eles repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, que faziam o uso de smatphones para relatar informações diárias da cidade, baseando em fatos de cunho jornalísticos e de utilidade pública, geravam um conteúdo por “vídeos e fotos para a programação de um canal de TV e para o antigo portal de notícias, o JC Online, que agora é NE10” (Firmino, 2016).



Considerando este novo caráter que o jornalismo vem assumindo é importante reconhecer sua nova tarefa no processo de apuração, edição e distribuição da notícia de campo. Logo, essa função atual acaba desempenhando e mudando a rotina tradicional, trazendo consigo um desempenho de multitarefas. Mas, cabe também questionarmos quanto a natureza de privacidade e ética, sobre a sobrecarga do profissional que tem que fazer o uso de multiplataformas e vários dispositivos para a execução da atividade, e principalmente sobre a veracidade das informações que acabam sendo distorcidas e transmitidas sucessivamente devido a conexão por com ajuda do uso excessivo dos smartphones e seus semelhantes.


Firmino, F. Jornalismo Móvel. Edufba, 2016 . Disponível em:Jornalismo Móvel

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Algoritmo (algorithm), em sentido amplo, é um conjunto de instruções, como uma receita de bolo, instruções para se jogar um jogo, etc. É uma sequência de regras ou operações que, aplicada a um número de dados, permite solucionar classes semelhantes de problemas. (ELIAS, 2017, p.1)


Os algoritmos funcionam recebendo informações sobre os usuários e suas ações e cria um banco de dados – armazenado em suas redes físicas, computadores e processadores – que irão ofertar informações que interessam e são mais relevantes para um determinado usuário. Esses algoritmos são conhecidos como “algoritmos de relevância pública” e podem ser usados para oferecer uma propaganda de um novo smartphone ou de um candidato à presidência dependendo do perfil de cada um de nós e como nos comportamos nas redes.


Não é atoa que nas eleições de 2018 no Brasil, várias induções de conteúdo eram apresentadas aos usuários a partir da demonstração de interesse particular. Usado principalmente por plataformas, como YouTube, os algoritmos encaminham você para o próximo vídeo em alta, linkado com a temática assistida anteriormente, induzindo a visualização de vídeos ranqueados e levando ao contato informações tendenciosas do momento. Um traço marcante do algoritmo é prever as preferências de quem está acessando, por isso a tela principal acaba sendo tomada por recomendados. E assim, o uso em larga escala das redes foi uma tática utilizada por Jair Bolsonaro - presidente eleito - similar a feita por Trump em 2016 e provou ser uma receita de “sucesso”:


Em primeiro lugar, na dimensão dos instrumentos, do uso das redes sociais, dos instrumentos de comunicação digitais, mas mais do que isso, também há uma exploração bastante organizada da big data, de banco de dados e utilização de robôs. Os dois utilizam muito isso. (AMADEU, Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2018/10/04/bolsonaro-repete-metodos-de-donald-trump-em-sua-campanha/ )


Os algoritmos, na verdade, enquadram o usuário em um tipo de perfil com base nos padrões de milhares que compartilharam o mesmo tipo de informações. Através do banco de dados, disponibilizado nas redes, se mantém um histórico, que automatiza o pensamento, deixando o indivíduo pronto para o próximo link, vídeo, canal, ou seja, a decisão segue uma linha tênue através do que se é ofertado e o que se escolhe. E assim, é vendida a ideia de que existe uma imparcialidade e neutralidade na materialização do usuário, ditas por essas mesmas empresas que desenvolvem controlam as redes para não assumirem uma responsabilidade sobre o processo para a construção de dados.


Ao se trabalhar com algoritmos é preciso sempre ter em mente que eles são o resultado de complexas redes sociotécnicas, formadas por diversos atores humanos e não humanos, e que influenciam e participam da construção de sentidos dos usuários das plataformas em que eles trabalham. (DALBEN JURNO, p. 9)


Por isso o âmbito das eleições não deve ser desconsiderado, já que a seleção de critérios e ranqueamento, também perpassam as questões políticas, fora as econômicas que também se envolvem o contexto de interesses para essa visibilidade que transita a primeira página de sugeridos. De onde advém essa relevância?


..os algoritmos não são apenas processos computacionais abstratos, mas entidades que têm também o poder de implementar realidades materiais ao moldar a vida social em vários níveis (BUCHER, 2016).


Um “boom” estrondoso aconteceu no segundo trimestre de 2018, com canais de extrema-direita, como o Folha Política em julho não tinha nenhum índice para quase 3.000 aparições no ranking nos mês de eleições. Essa explosão não é pautada só interesse dos usuários, mas sim em como algoritmo encaminhava o acesso das pessoas num período crucial para o destino do país. Antes de agosto, de acordo com pesquisas, Bolsonaro era apenas mais um na corrida pela presidência. Porém, com YouTube tornou-se foco para os olhos de quem utilizasse a rede social, através dos vídeos relacionados, em alta e nos rankings principais do país, alavancando seu processo que levou à candidatura.


Ao todo, 248.652 vídeos com o termo “Bolsonaro” no título estiveram no “Em alta” no semestre, publicados por 488 canais. Muitos dos hits vêm de contas obscuros, como a Bolsonaro TV, que emplacou vídeos mais de seis mil vezes no “Em Alta”. Os 15 canais de direita que mais cresceram representam 3,1% do total de canais que tiveram vídeos com “Bolsonaro” no ranking, mas responderam por um a cada cinco vídeos do tipo — no total, 47.243. (Algoritmo do YouTube impulsionou canais de extrema-direita nas eleições de 2018 Disponível em: https://manualdousuario.net/youtube-em-alta-extrema-direita/)


Os algoritmos são procedimentos matemáticos mediados por máquinas, porém ainda são alimentados por atores humanos e não-humanos, e por isso participam da construção de sentidos e diferentes forças. Por conta disso, Jurno e DalBen concluem sobre as características dos algoritmos que vão além da ideia de neutralidade para apresentar conteúdos de interesse do usuário, mas sim, de gama de interesse muito maior que não se resume a um só acesso.


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A partir do final do século XX, com a disseminação da internet e da banda larga, houve um importante momento na nossa história de incorporação da Internet em nossas vidas cotidianas. Assim, com o avanço tecnológico, o uso do celular móvel e de dispositivos de desktop, passaram a ser moldados segundo o gosto, e a necessidade do mercado. Mas, antes de começarmos a discutir, é importante que fique claro algumas definições que serão discutidas no decorrer do texto:

  • Segundo a definição o nosso oráculo google, podemos definir que as Redes Sociais são uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que compartilham valores e objetivos comuns.

  • Outra definição também importante é a das mídias sociais como sistemas projetados para possibilitar a interação social a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de informação nos mais diversos formatos.

  • Ciberativismo é um tipo de ativismo realizado por grupos politicamente motivados, que utilizam as redes cibernéticas — a Internet — para a realização, mobilização e divulgação de causas políticas, culturais, sociais ou ambientais.

Com isso esclarecido, podemos dizer que, na atualidade, já saímos do processo de adaptação, aceitação, e chegamos em um questionamento, quais as relação que as redes sociais e as mídias sociais nos trouxeram?

Com a difusão da internet, ocorreu, uma nova alteração na forma de fazer as relações. Essas relações antes feitas pessoalmente, por meio de encontros, passaram a assumir um papel mais confortável. As redes ganharam uma nova dimensão na forma com que as pessoas poderiam se conectar com seus grupo, por meio das mídias sociais. Além disso, encontrar novos grupos, pessoas de qualquer lugar do mundo, e até mesmo fazer desses locais meios de mobilização.


Logo, esses meios, tiveram um caráter importante nas Jornadas de Junho de 2013 realizadas no Brasil: passávamos por um momento de grande instabilidade política, na qual os estudantes protestavam contra o aumento de 20 centavo na passagem dos transportes públicos. As pessoas por mediações das redes assumiram cargo de organizadores, comentaristas, e protagonistas do processo. O twitter e o facebook, segundo a BBC, foram agentes fundamentais durante esse processo. Assim, os espaços das redes passaram a ter um debate de cunho político mais forte e de diferentes pontos de vista, como exemplo a plataforma do Facebook, que no período teve uma taxa de participação de 70% dos brasileiros, promovendo interação em tempo real com os acontecimentos e incluindo a capacidade de mobilização de mais pessoas para o movimento.



Dessa forma, podemos analisar segundo a compreensão de Lemos, em seu texto Things (and People) Are The Tools Of Revolution, que as mídias sociais, além de tornarem espaços onde o ciberativismo acontece, as redes acabam tomando função de agentes mediadores e também tradutores das ações em várias dimensões. Mas, vale problematizar. Até que ponto nossas ações de promover a mobilização do pensamento pode agradar ou desagradar “alguém”?


Vistos até o atual momento a discussão das redes com uma perspectiva mais positiva tratando-a como uma plataforma de pensamento e ações - conseguimos encontrar também alguns exemplos que vão contra a possibilidade de mobilização e posicionamento político. Nós brasileiros estamos assegurados, segundo a Constituição de 88, a livre manifestação do pensamento, todavia, parece que esse mesmo direito não está assegurado em outros países.

Os protestos recentes em Hong Kong, que começaram por causa de um projeto de lei sobre extradições para a China e depois expandiu-se para protestos acerca da manutenção de uma maior democracia contra a interferência de Pequim nos assuntos locais, revelam o potencial ativo das redes sociais nas revoluções atuais. Assim como na Primavera Árabe, os protestos em Hong Kong nasceram, foram capazes de mobilizar pessoas e veicular informações através das redes sociais.



Não é a toa que a China já vem há alguns anos tomando medidas questionáveis para o seu governo, no que diz respeito a censura nos meios de comunicação. Com medidas de aprovação para os posts nas redes, veiculação de notas e informações sob orientação, permissão de acesso somente a sites locais, o governo acaba coibindo que ações como o ciberativismo aconteça, e acaba tirando o direito de mobilização dos agentes mediadores. Todo esse movimento, parte do entendimento do "actante" rede social como objeto que não serve somente de ferramenta, mas sim como objeto que está indissociável dos sujeitos revolucionários e por isso, é revolucionário em si.






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